Rosangela Groff
Lamborghini comemora 60 anos e homenageia capital humano
A Lamborghini comemorou os seus 60 anos com um vídeo dedicado à sua força de trabalho. De acordo com a marca italiana, as estrelas são os trabalhadores, figuras-chave no sucesso da empresa. As pessoas no centro. Essa é a filosofia da montadora que dedicou um vídeo aos seus colaboradores para celebrar o aniversário.
Para a Lamborghini essa é uma história de incríveis conquistas, inovações e avanços, tudo com um denominador comum: o capital humano. “Os muitos sucessos alcançados pela indústria de veículos de luxo não teriam sido possíveis sem um grupo de funcionários unidos na vontade de atingir objetivos específicos, graças às suas competências, paixão, amor pela marca e atenção aos detalhes, com a determinação de oferecer a todos os fãs o melhor produto de mercado”.
Com o vídeo em homenagem a todos que contribuem na produção dos sofisticados modelos, a companhia quis demonstrar seu agradecimento a todas as pessoas que no dia a dia ao longo destes 60 anos estiveram e continuam empenhadas em fazer dos carros Lamborghini verdadeiros ícones globais. Porque “Lamborghini é todo mundo que a moldou”, reforça a fabricante.
Veja o vídeo:
Tudo começou com um superesportivo de luxo
A história da Automobili Lamborghini é fascinante e agrega superação de desafios e quebra de recordes. Tudo começou no início dos anos 1960, quando Ferruccio Lamborghini, o determinado proprietário de uma fábrica de tratores e um empresário de sucesso, resolveu construir um novo superesportivo de luxo.
Deu início então ao seu ambicioso projeto e, em 1963, comprou um enorme terreno na localidade de Sant’Agata Bolognese, na província de Bolonha (Itália), onde iria construir uma grande e moderna fábrica. A empresa levava seu nome, e um touro foi escolhido como logotipo para expressar a força e o poder simbolizados pelo seu signo astrológico.
O primeiro modelo foi rapidamente desenvolvido para atender à data marcada para sua apresentação oficial no Salão do Automóvel de Turim, no início de novembro de 1963. Assim nasceu o 350 GTV, um protótipo do Gran Turismo com motor V12 longitudinal montado na frente. O primeiro carro produzido, foi introduzido em 1964, o 350 GT. Ele foi redesenhado pela Carrozzeria Touring para ter um visual menos extremo. O motor era novamente o V12, mas desta vez desafinado (320 cv). Esta foi a primeira de uma série de automóveis emblemáticos, destinados a tornar a marca Lamborghini uma lenda mundial.
Miura, sensação internacional da noite para o dia
O próximo modelo é reconhecido internacionalmente como um ícone automotivo: o Miura. Projetado em 1965 por uma equipe de engenharia da Lamborghini liderada por Gian Paolo Dallara e Paolo Stanzani, e com uma carroceria concebida por Marcello Gandini para a Carrozzeria Bertone, tornou-se imediatamente um carro altamente cobiçado por aqueles que podiam pagar.
Apresentava um visual elegante e sensual. Tinha apenas 105 centímetros de altura e uma distância mínima do solo de apenas 135 milímetros. Quando o Miura foi apresentado no Salão do Automóvel de Genebra (Suíça) em 1966, tornou-se uma sensação internacional da noite para o dia, que transformou o mundo dos automóveis desportivos. Seu motor V12 de 4 litros traseiro, unido a uma transmissão para formar uma única unidade, produzia 350 cv a 7000 rpm e impulsionou o Miura a uma velocidade máxima, recorde na época, de 280 km/h.
Era um projeto refinado e ultramoderno, muito à frente de seu tempo e, sem dúvida, inspirado nos grandes protótipos de corrida que se desafiavam nas disputas de longa distância daquele tempo. Somente muitos anos depois o escopo de sua tecnologia de motor traseiro seria ampliado para abranger os mais refinados carros esportivos de rua.
Com o Miura, que recebeu o nome de Edoardo Miura, amigo íntimo do fundador Ferruccio Lamborghini e um famoso criador de touros, a Lamborghini lançou a tradição de dar nomes aos seus carros inspirados nas touradas espanholas.
Performance para o deserto e recorde de velocidade
Em 1968, houve o advento do Lamborghini Espada, o “quatro lugares” mais rápido do mundo em sua época (245 km/h). Seu visual era futurista e ainda é considerado um dos modelos mais notáveis que a Lamborghini já fez.
O ano de 1971 viu a criação do Countach LP 500, mais agressivo e com desempenho ainda superior ao do Miura, equipado com motor traseiro longitudinal. Ao contrário de outros Lamborghinis, o Countach não recebeu o nome de uma raça de touro, mas da exclamação de admiração e espanto proferida no dialeto piemontês por um trabalhador de Bertone quando viu o carro pela primeira vez. O Countach seria produzido por cerca de 17 anos.
Em 1982, a empresa diversificou sua produção com a fabricação de um veículo off-road, o LM002 (Lamborghini Military). Produzido de 1986 a 1993, foi especialmente projetado para as demandas específicas de dirigir em dunas desérticas com necessidades de defesa de fronteira. O LM oferecia tamanho excelente e desempenho excepcional, incluindo condução fora de estrada. Cerca de 300 foram fabricados. Era inicialmente equipado com uma versão devidamente adaptada do motor de quatro válvulas, 5167 cc e 450 cv do Countach, que mais tarde seria substituído pelo motor de injeção eletrônica sequencial.
Outra obra-prima da Lamborghini, lançada em 1990, foi o Diablo, o digno herdeiro do Countach. Este modelo também levava o nome de um feroz touro bravo e incorporava algumas características surpreendentes: um design aerodinâmico e moderno e um motor de 12 cilindros que produzia 492 cv a 7300 rpm. Ele acelerava de zero a 100 km/h em apenas 4,03 segundos, com uma impressionante velocidade máxima de 325 quilômetros por hora, a mais alta já alcançada por um carro de produção padrão na época.
Uma longa série de mudanças na propriedade da empresa terminou em 1998 com a aquisição da Automobili Lamborghini pelo grupo Audi. De 2005 a 2016, Stephan Winkelmann foi presidente e CEO da Lamborghini. De março de 2016 a novembro de 2020, Stefano Domenicali foi o presidente e diretor executivo. Em dezembro de 2020, a presidência voltou para Winkelmann.