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Rosangela Groff

Pagani Utopia mistura a alquimia do prazer com a equação da beleza

A alquimia do prazer e a equação da beleza. Essas são algumas das descrições buscadas para a produção do último hipercarro da Pagani, a empresa que lança seus modelos icônicos, em média, de dez em dez anos. O modelo que agora comemora os 25 anos da marca teve apenas 99 unidades produzidas. E chegou com uma proposta visionária e contra todas as tendências, simples e irrepetível.

E para atingir todos estes conceitos, a montadora pediu aos seus clientes mais próximos, aqueles que aguardam ansiosamente cada uma de suas criações, para expressarem os seus desejos mais profundos. Afinal, eles já tinham carros excepcionalmente rápidos e belos. Então, o que ainda faltava?

Três termos se destacaram em quase todas as respostas do levantamento: simplicidade, leveza e satisfação em dirigir. Então, no seu desenvolvimento, o projeto C10 foi, portanto, contra os principais movimentos de mercado no segmento. Sem baterias pesadas, sem energia híbrida, apenas um maravilhoso V12.

Também não trazia nenhum sistema de dupla embreagem, apenas uma transmissão manual ou automatizada de sete velocidades. Tudo isso para garantir que o carro respondesse melhor do que nunca a cada ação do motorista e trabalhasse com ele para ser o mais puro na forma de condução, uma experiência “clássica” definida em novas formas.

Com estas ambições tão elevadas, que nome poderia ser escolhido para o carro que encarnaria estes princípios tão exclusivos? Utopia. Por que não? Um veículo que é surreal, que não existe, mas está nos sonhos e ideais de seus admiradores, certamente. Mas, segundo a Pagani, para aqueles que fazem o seu próprio futuro, para os criadores, a utopia existe, sim, e é apenas uma questão de encontrá-la!

Projeto em mais de seis anos com esforço e paixão

“Mais de 4 mil desenhos estilísticos, dez maquetes, um modelo de túnel de vento, dois modelos em escala 1:1 e inúmeras ideias, pesquisas e experimentos em oito protótipos completos para um esforço de equipe que durou mais de seis anos. Colocamos nossa paixão, esforço e sacrifício para criar algo atemporal e de vanguarda em termos de tecnologia”, relata Horácio Pagani, argentino naturalizado italiano. Ele fundou a marca em 1992, em Modena (Itália).

O Utopia impõe suas linhas, que são típicas de um Pagani, mas ao mesmo tempo tão diferentes de tudo que já foi oferecido antes pelo design da fabricante. Um visual mais fluido e curvilíneo. Do para-brisas, com a parte superior arredondada nas bordas, aos detalhes de suas asas e capô, seus contornos mais suaves dão ao modelo uma nova expressão, um novo contorno. Uma personalidade refinada e elegante.

Design permite maior downforce e arrasto reduzido

A parte difícil do processo para a Pagani foi seguir o mais fielmente possível a intenção original de criar um objeto estético sem fase específica, em vez de um que segue a moda da época. O automóvel tem poucos complementos aerodinâmicos, mas está mais eficiente do que nunca. Onde alguns superesportivos têm uma infinidade de spoilers, o Utopia incorpora a função desses apêndices em sua forma geral, alcançando maior downforce e arrasto reduzido apenas por meio de seu design.

Os detalhes de seu desenho são poucos, mas cada um é executado com tanto cuidado que pode ser admirado por si só. Tecnologicamente avançado, seu formato é inspirado em objetos da década de 1950, como os faróis aerodinâmicos da Vespa scooter ou os acessórios das lanchas Riva.

As rodas forjadas possuem extrator de fibra de carbono em formato de turbina que afasta o ar quente dos freios e reduz a turbulência sob a carroceria. Montadas em discos de carbono-cerâmica, as pinças de freio têm um traçado inovador e menos pesado.

Criatividade e liberdade estética também nos pneus

O papel dos pneus Pirelli é transferir o torque exuberante para o solo de forma eficaz e dar os retoques finais à excepcional sensação ao rodar na estrada, graças às rodas invulgarmente grandes de 21” na dianteira e de 22” na traseira, o que desencadeou uma nova criatividade e uma liberdade estética distinta e envolvente

A silhueta do Utopia pode ser vista em suas paredes laterais, demonstrando o quanto elas foram desenvolvidas especialmente para o carro. Os retrovisores laterais, como se estivessem suspensos no ar, graças ao suporte em forma de aerofólio, são afastados da carroceria para melhor penetração aerodinâmica, mostrando a otimização meticulosa que foi realizada no túnel de vento.

As luzes traseiras flutuam nas laterais das asas, instaladas nos extratores de ar. Cada parte deles, perfeitamente trabalhada, poderia ser exposta na vitrine de uma joalheria. O escapamento quádruplo de titânio é praticamente um monumento pessoal, assim como a assinatura da marca. O revestimento de cerâmica dissipa o calor de forma eficiente, mas ainda define o peso pouco acima de 6 quilogramas para o completo sistema.

Uma escultura que permite a interação do condutor

Um carro pode ser comparado a uma escultura, mas ao abrir a porta do Utopia muda tudo: uma escultura onde você entra e se senta. E aí começa a emoção. O interior é ainda mais original, se é que isso é possível, do que a sua forma exterior. Nem moderno nem retrô, sem estilo definido. Não há telas além da exibição mínima na frente do motorista.

Todos os instrumentos são puramente analógicos. E cada um dos mostradores de fácil leitura revela sutilmente parte de seu mecanismo como se revelasse o movimento do esqueleto. Para a Pagani, cada componente necessário para o funcionamento do carro é uma oportunidade para ser criativo. Até a direção.

A roda foi reinventada: é feita a partir de um bloco sólido de alumínio, desde os raios e aro oco até a coluna de direção, que contém o airbag. Os pedais também são feitos de um único bloco de metal, enquanto o mecanismo da alavanca de câmbio ainda está exposto, muito mais sofisticado. Tudo isso com a devida obsessão pela ergonomia, eficiência e facilidade de acesso.

Motor V12, biturbo de 6 litros, com 864 cv e 1.100 Nm

Mas o ronco do motor, esse é uma provocação a mais neste hiperperformático. O V12, um biturbo de 6 litros especialmente construído pela Mercedes-AMG para a Pagani, é o resultado de um enorme trabalho de desenvolvimento. Ele entrega 864 cv e, acima de tudo, prodigiosos 1.100 Nm de torque. Ele gira mais alto e é ao mesmo tempo mais flexível e mais poderoso. E ainda atende às regulamentações de emissões mais rigorosas.

Para a transmissão a escolha foi filosófica, segundo a marca. Não seria uma de dupla embreagem que é eficiente, mas não é leve e rouba do motorista a capacidade de definir o ritmo de aceleração do carro. Em vez disso, a montadora buscou a solução no mais prestigiado fabricante do automobilismo e transmissões automotivas de alto desempenho, Xtrac.

A caixa de câmbio se propõe a ser a mais rápida possível, com engrenagens helicoidais. É compacta e montada transversalmente para um centro de gravidade otimizado. Além disso, para melhor corresponder aos anseios expressos pelos entusiastas da Pagani, verdadeiros aficionados, um câmbio automático não seria aceitável. Por isso foi desenvolvida uma verdadeira transmissão manual de sete velocidades.

Conforme a fabricante italiana, por mais inteligentes que as transmissões automáticas possam ter se tornado, nada pode substituir o domínio do próprio motorista nas trocas de marcha. A lógica predominante é só dele. Cada mudança para cima ou para baixo é totalmente única e depende somente da decisão e do bom senso do condutor, da combinação exata de circunstâncias, da natureza da estrada e do humor do momento.

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