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Verstappen vence no México e Perez mostra por que é Perez

Exercício de realidade: Perez tenta passar a Ferrari de Leclerc onde não dava e frustra toda a torcida mexicana

Partindo de uma proposta de ficção, que certamente passou pela cabeça dos milhares de torcedores no Circuito Hermanos Rodriguez e dos milhões atentos ao GP do México na frente de televisores ou de telas de computador espalhados por todo o país terceiro mundista da América do Norte, esqueçamos que Max Verstappen tem 50 vitórias (agora, 51) na Fórmula-1, coleciona título em cima de título, é o maior talento no automobilismo depois do surgimento de Lewis Hamilton, é um piloto extra-classe e transformou Sérgio Perez no GP de Miami deste ano no maior covarde dos últimos tempos. Nessa obra de ficção, esqueça de tudo isso, afinal, Sergio Perez é um herói nacional, esteve perto dos tempos de Verstappen em todos os treinos de preparação e na classificação para o GP do México. Então, nesse exercício, os mexicanos colocaram seu Sergio Perez no mesmo patamar de Max Verstappen antes da corrida do domingo passado. E tudo isso era justo na cabeça do mexicano, um povo apaixonado pelo automobilismo.

Porém (pois é, antes da realidade, normalmente tem esta conjunção adversativa), os poucos metros que separam o apagar das cinco luzes vermelhas, autorizando a largada, da curva 1 do Hermanos Rodriguez pulverizaram a obra de ficção na cabeça dos “pobres” mexicanos. Em um exercício amargo de realidade. Verstappen partiu de uma improvável terceira posição no grid de largada e contornou a primeira curva à frente das duas Ferrari, do monegasco Charles Leclerc, o pole position, e do espanhol Carlos Sainz Jr. Perez partiu da quinta posição – exatamente atrás de Verstappen -, avançou decididamente sobre a curva 1, emparelhou com Leclerc e tentou fazer uma manobra de ultrapassagem impossível. Pronto! Estava acabada a proposta de ficção. Logo depois, Perez, já de volta aos boxes, seria ainda mais patético ao tentar explicar o que acabara de fazer: “Só estava pensando na primeira posição”, disse, esquecendo de que em uma corrida existem outros pilotos. Bem mais tarde, na entrevista dos três primeiros colocados do GP do México, um constrangido Leclerc tentava se desculpar com os torcedores de Perez, que ainda superlotavam o autódromo: “Me perdoem! Mas eu simplesmente não tinha por onde ir, pois o Max estava do meu outro lado”, se desculpou o piloto da Ferrari. Nem precisava! Todo mundo já sabia que Perez tinha sido Perez, mais uma vez. E nenhum exercício de ficção resiste a um piloto tão medíocre, para ficar apenas com um dos significados dessa palavra: “de ser mediano, da média”. Na verdade, Perez está muito abaixo disso.

Com duas largadas – depois que uma batida forte do dinamarquês Kevin Magnussen, da Haas, provocou a bandeira vermelha, interrompendo a prova exatamente em sua metade -, Verstappen chegou na frente na primeira curva nas duas. Hamilton foi o segundo, diminuindo sua diferença para Perez na luta pelo vice da temporada de 39 para 20 pontos. Isto tudo, evidentemente, se os comissários da FIA não encontrarem alguma irregularidade no carro do heptacampeão, como fizeram três horas depois que ele cruzou a linha de chegada em segundo na prova anterior, nos Estados Unidos. Por justiça – já que o desgaste a mais ou a menos de uma prancha embaixo do carro de nada muda seu comportamento na pista -, essa diferença seria agora de apenas dois pontos. “Quero exaltar o trabalho da equipe neste final de temporada. E, principalmente, tenho certeza de que ela trabalhará muito para nos dar um carro que possa brigar contra eles (Red Bull) no próximo ano”, falou Hamilton após a corrida.

Leclerc completou o pódio no Circuito Hermanos Rodriguez, à frente de Sainz Jr., dos ingleses Lando Norris, da McLaren, que largou lá do fundo do pelotão, e de George Russell, da Mercedes, e do australiano Daniel Ricciardo, da AlphaTauri, este, sim, o grande nome do fim de semana mexicano. E, como consequência quase direta do papelão promovido por Perez em casa, o sempre simpático e ótimo piloto Ricciardo deve retornar à Red Bull em 2024, para compor dupla com Verstappen. Nada mais justo! Quase tão imperdoável quanto Perez foi a maluquice do companheiro de Ricciardo na AlphaTauri, o japonês Yuki Tsunoda. Em uma manobra “kamikaze” do japonês (desculpem, não resisti), ele tentou passar por cima da McLaren do australiano Oscar Piastri. Felizmente, só Tsunoda acabou fora da pista.
A etapa seguinte já é no próximo fim de semana, em Interlagos, muito provavelmente na única pista que o atual carro da Mercedes levará vantagem sobre o atual carro da Red Bull.

Nota do colunista:

  • O espanhol Fernando Alonso fez mais uma corrida melancólica e abandonou com problemas em sua Aston Martin. De aspirante à terceira posição no campeonato, Alonso já perdeu a quarta para seu conterrâneo Carlos Sainz., da Ferrari, e deve terminar o Mundial em oitavo.

Resultados:
1 Verstappen (HOL), Red Bull, 71 voltas
2 Hamilton (ING), Mercedes, a 13:875
3 Leclerc (MON), Ferrari, a 23:124
4 Sainz Jr. (ESP), Ferrari, a 27:174
5 Norris (ING), McLaren, a 33:266
6 Russell (ING), Mercedes, a 41:020
7 Ricciardo (AUS), AlphaTauri, a 41:570
8 Piastri (AUS), McLaren, a 43:104
9 Albon (TAI), Williams, a 48:573
10 Ocon (FRA), Alpine, a 62:879
11 Gasly (FRA), Alpine, a 66:208
12 Tsunoda (JAP), AlphaTauri, a 78:982
13 Hulkenberg (ALE), Haas, a 80:309
14 Bottas (FIN), Alfa Romeo, a 80:597
15 Zhou (CHI), Alfa Romeo, a 81:676
16 Sargeant (EUA), Williams, não completou
17 Stroll (CAN), Aston Martin, não completou
18 Alonso (ESP), Aston Martin, não completou
19 Magnussen (DIN), Haas, não completou
20 Perez (MEX), Red Bull, não completou

Pilotos
1 Verstappen 491 pontos (campeão)
2 Perez 240 pontos
3 Hamilton, 220 pontos
4 Sainz Jr., 193 pontos
5 Alonso, 183 pontos
6 Norris, 169 pontos
7 Leclerc, 166 pontos
8 Russell, 151 pontos
9 Piastri, 87 pontos
10 Gasly, 56 pontos
11 Stroll, 53 pontos
Equipes
1 Red Bull, 731 pontos (campeã)
2 Mercedes, 371 pontos
3 Ferrari, 359 pontos
4 McLaren, 256 pontos
5 Aston Martin, 236 pontos

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