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Muito Além de Rodas e motores

O divertido e econômico Citroën 2CV faz 75 anos

A Citroën, marca de origem francesa e uma das integrantes do grupo Stellantis, comemora 75 anos do lançamento do pequeno, econômico e simpático modelo 2CV (em francês, deux chevaux ou dois cavalos). O modelo ajudou os franceses a ter seu próprio veículo para vencer as estradas sem calçamento como transporte pessoal e também para distribuir os bens que produziam em suas propriedades.

Fabricado entre 1948 e 1990, foi um dos modelos mais populares do mundo, alcançando a marca de 5 milhões, 114 mil e 869 unidades produzidas, sendo 3 milhões, 868 mil e 634 veículos da versão sedã e 1 milhão, 246 mil e 235 modelos comerciais.

Poucas unidades chegaram ao Brasil, mas o 2CV foi fabricado na Argentina, entre 1960 e 1979, ano em que a Citroën encerrou as atividades.

Esse divertido carrinho fez na França o mesmo que o Fusca provocou no Brasil, liderando as vendas por longos anos e estabelecendo recordes de produção e de comercialização, e facilitou o acesso à posse de um veículo.

O 2 CV foi um carrinho idealizado pelo engenheiro Pierre Jules Boulanger com estilo de André Lefevbreve e do italiano Flamínio Bertone, e projetado para ter baixo preço de venda e com mecânica simples e robusta, em um momento em que a posse de um automóvel era item de luxo.

Chamado inicialmente de TPV (Toute Petite Voiture, ou carro bem pequeno), ganhou também o apelido de guarda-chuva de quatro rodas por ter teto parcialmente coberto por um tipo de lona e espaço interno para 4 pessoas, além da capacidade para 50 quilos de carga e um sistema de suspensão confortável e resistente para vencer as primitivas estradas da época.

Com motor de 2 cilindros contrapostos, apenas 375 cm3 de cilindrada e 36 hp, tinha velocidade máxima de 65 quilômetros por hora e nível de consumo de combustível de aproximadamente 30 quilômetros por litro de gasolina.

Em 1939, quando a Citroën se preparava para apresentar o carrinho no Salão de Paris, teve início a Segunda Guerra Mundial e a empresa, já com mais de 200 carros produzidos, adiou seus planos pelo cancelamento do evento.

Com o início da guerra, os primeiros carros produzidos e o projeto do TPV haviam sido escondidos dos alemães e só foram encontrados em 1944, em um celeiro, e devidamente restaurados. Hoje, são conhecidas apenas 5 das primeiras unidades produzidas que existem no mundo.

Em 1944, o motor refrigerado a água foi substituído por um a ar, com dois cilindros e os mesmos 375 centímetros cúbicos de cilindrada e o câmbio de 3 marchas foi substituído por um de 4 velocidades, permitindo um melhor escalonamento, sem expressivo aumento de custos.

No Salão de Paris, em 7 de outubro de 1948, finalmente o 2CV foi lançado pela Citroën e as vendas começaram no ano seguinte. Com o pequeno motor, o carrinho tinha tração nas rodas dianteiras, um sistema inovador para a época. Como detalhe, o nível de combustível só podia ser medido com o uso de uma vareta.

O lançamento do Citroën 2CV teve sucesso imediato, gerando filas de espera ao longo de 3 anos e, pela primeira vez, na indústria automobilística ocorreu o fenômeno de mercado de um carro usado ter maior valor de revenda que os modelos novos.

Em 1949 foram produzidas apenas 876 unidades e, no ano seguinte, as vendas atingiram 6.196. Dois anos depois, a Citroën lançou uma versão de furgão. A produção do 2CV na França durou até 1988, mas continuou em Portugal por mais dois anos.

No Brasil, o Citroën 2 CV não teve programa forte de vendas, mas foi importado pela Argentina que conseguiu da Société Anonyme André Citroën, a licença de fabricação que fez nascer a Citroën Argentina.

O motor do Citroën 2 CV argentino teve sua capacidade cubica ampliada para 425 centímetros e sistema de refrigeração a ar.

A suspensão era independente nas quatro rodas com braços oscilantes conectados entre a dianteira e a traseira por um cilindro de interação longitudinal, além de amortecedores embutidos nos braços de suspensão.

A caixa de câmbio tinha quatro marchas à frente, todas sincronizadas, e marcha-à-ré. A alavanca de câmbio era posicionada na área central do painel e a primeira marcha era acionada para trás e do lado do motorista.

Pela simplicidade do carrinho, quem teve a oportunidade de conduzir o 2 CV se surpreendeu com poltronas espartanas, produzidas com um tecido semelhante a lona e apoiado por elásticos sob o estofamento que permitiam ser retirados e utilizados fora do carro. Entre as novidades, sob o painel de instrumentos foi instalado um regulador de altura dos fachos de luz para não ofuscar a visão dos motoristas que circulavam em sentido oposto.

É evidente que o Citroën não teve na Argentina o mesmo sucesso da França, apesar de ser bem vendido em função do preço e da sua simpatia. O jornalista argentino Carlos Angio, especializado no segmento automotivo, foi proprietário de uma unidade que o charme e simpatia do automóvel fizeram-no ser desejado.

Em uma viagem a Buenos Aires no final da década de 1960 para acompanhar as corridas de uma temporada de carros da Fórmula 2, um piloto brasileiro alugou um Citroën 2CV e foi a atração do grupo porque o carro era simples, mas muito simpático e agradável.

No Brasil, existem alguns carros Citroën 2 CV graças à alguns colecionadores que se dedicam à preservação histórica das marcas. Um desses veículos foi anunciado no final de agosto por um colecionador de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.

Produzido em 1971 e com cerca de 100 mil quilômetros rodados, o carrinho estava em oferta por 88 mil reais!!!

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