Verstappen não toma conhecimento das Ferrari e segue firme para o bi

Mais uma dobradinha da Red Bull, com Verstappen e Perez, e um consolo para a Ferrari com o terceiro de Sainz Jr em Monza

O espanhol Carlos Sainz Jr., da Ferrari, pole position em Monza, resistiu 17 voltas ao ataque do holandês Max Verstappen, da Red Bull, no GP da Itália, domingo passado, décima quarta etapa da Fórmula-1. Apesar de Sainz Jr. ter brilhado no sábado na conquista da pole em frente à fanática torcida italiana, verdade seja dita com todas as letras: ele não é piloto para encarar Verstappen. Mesmo tendo um carro mais rápido nas longas retas de Monza, Sainz Jr. é Sainz Jr., e está longe de seu pai, Carlos Sainz, multicampeão mundial de rali. Na abertura da décima sétima volta do GP da Itália, o piloto “meia-boca” da Ferrari passou vergonha na frente de sua torcida. Não aguentando mais a pressão de Verstappen – que devia estar morrendo de rir dentro do carro de número 1 -, Sainz Jr. errou a freada no final do retão dos boxes e foi presa fácil na tomada da segunda chicane de Monza. Pronto, a vitória estava definida em favor do atual campeão e líder disparado da temporada.

O GP da Itália até que teve boas disputas e momentos de emoção. Como a briga final dos pilotos da Ferrari pela terceira posição, depois que o mexicano Sergio Perez superou ambos e garantiu mais uma dobradinha para a Red Bull. O monegasco Charles Leclerc e Sainz Jr. – mais parecendo dois integrantes do “Incrível Exército de Brancaleone” (veja este filme, porque esse espetáculo italiano vale à pena, o da Ferrari, não) – chegaram a tocar roda, loucos para dar a terceira posição para o inglês George Russell, que vinha remando sua Mercedes quilômetros atrás. No final, Sainz Jr, conseguiu subir no terceiro degrau do pódio.

Em outra bela disputa, caiu novamente sobre Monza o manto nefasto da Federação Internacional de Automobilismo, mais conhecida como FIA, contra seu desafeto de sempre, o heptacampeão Lewis Hamilton. Essa implicância nojenta da FIA contra o piloto inglês encontra uma explicação talvez na psiquiatria, talvez porque a FIA é um antro de homens barrigudos sentados na suntuosa sede da entidade na Praça de La Concorde, em Paris, talvez porque os barrigudos simplesmente tenham inveja do heptacampeão, talvez por não aceitar que um piloto tenha superado todos os recordes de Michael Schumacher – eterno queridinho da FIA -, talvez por não aceitar que o único piloto negro da Fórmula-1 seja o maior de todos os tempos, tirando Ayrton Senna, “hour concour” em qualquer quesito.

Fazendo uma prova de recuperação – depois de enfrentar e aguentar um carro mais parecido com um Fórmula-2 (nas palavras do próprio chefe de equipe da Mercedes, Toto Wolff) no treino de classificação no sábado -, Hamilton ultrapassou a McLaren do ótimo australiano Oscar Piastri no terço final da prova. Quando o heptacampeão tomava a tangência para fazer a segunda chicane de Monza, a roda dianteira esquerda do australiano bateu na roda traseira direita de Hamilton. Os dois carros passaram reto na chicane e o inglês continuou, enquanto Piastri, com o aerofólio dianteiro danificado, foi obrigado a ir para os boxes. Qualquer cartilha de trânsito diz que quem bate atrás é o culpado. Então, aonde está a manobra ilegal de Hamilton, pois ele já estava à frente naquele momento?

Com isso – entre um bocejo e outro e mais uma taça de champanha na sala de La Concorde -, os barrigudos da FIA ligaram para os comissários para aplicarem os manjados cinco segundos de punição para seu desafeto. Porém, avisado pelo rádio de sua enésima punição nos últimos três anos, Hamilton não se entregou. Decidido, ultrapassou o outro piloto da McLaren, seu conterrâneo e também ótimo Lando Norris, e o tailandês nascido na Inglaterra (ou seria inglês nascido na Tailândia) Alexander Albon, da Williams. E tratou de abrir sete segundos sobre o piloto da Williams, anulando a punição. Temi, confesso, que os barrigudos poderiam aplicar mais uma punição. Talvez, poderiam alegar – já tortos de bêbados em Paris – que Hamilton estivesse imprimindo um ritmo muito forte nas voltas finais, colocando em risco os outros carros. Ah, mas isso eles não poderiam falar, pois o Verstappen também tinha um ritmo forte lá na frente. Mas, sei não, da FIA eu espero qualquer coisa… De mal, claro!

A próxima etapa da Fórmula-Verstappen, digo F-1, é daqui a duas semanas, na noite de Cingapura. O que os barrigudos aprontarão de novo? Sim, porque a única dúvida é essa. Verstappen já é campeão desta temporada.

Resultados
1 Verstappen (HOL), Red Bull, 52 voltas
2 Perez (MEX), Red Bull, a 6:064
3 Sainz Jr. (ESP), Ferrari, a 11:193
4 Leclerc (MON), Ferrari, a 11:377
5 Russell (ING), Mercedes, a 23:028
6 Hamilton (ING), Mercedes, a 42:679
7 Albon (TAI), Williams, a 45:106
8 Norris (ING), McLaren, a 45:449
9 Alonso (ESP), Aston Martin, a 46:294
10 Bottas (FIN), Alfa Romeo, a 64:056
11 Lawson (NZE), AlphaTauri, a 73:074
12 Piastri (AUS), McLaren, a 0:491
13 Sargeant (EUA), Williams, a 78:557
14 Zhou (CHI), Alfa Romeo, a 80:164
15 Gasly (FRA), Alpine, a 82:510
16 Stroll (CAN), Aston Martin, a 87:266
17 Hulkenberg (ALE), Haas, a uma volta
18 Magnussen (DIN), Haas, a uma volta
19 Ocon (FRA), Alpine, não completou
20 Tsunoda (JAP), AlphaTauri, não largou por ter quebra de motor na volta de apresentação

Pilotos
1 Verstappen, Red Bull, 364 pontos
2 Perez, Red Bull, 219 pontos
3 Alonso, Aston Martin, 170 pontos
4 Hamilton, Mercedes, 164 pontos
5 Sainz Jr., Ferrari, 117 pontos
6 Leclerc, Ferrari, 111 pontos
7 Russell, Mercedes, 109 pontos
8 Norris, McLaren, 79 pontos
9 Stroll, Aston Martin, 47 pontos

Equipes
1 Red Bull, 583 pontos
2 Mercedes, 273 pontos
3 Ferrari, 228 pontos
4 Aston Martin, 217 pontos