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Seu próximo carro será eletrificado e não elétrico. Entenda a diferença
Fala pessoal, tudo bem? O veículo elétrico vai se tornar uma realidade, principalmente, lá fora. Pelo lado de cá precisamos ter resistência, pois o nosso etanol entrega níveis de emissões similares aos elétricos de lá, mas com a vantagem de ser um combustível renovável.
Essa história de elétrico com emissão zero é muito mais complexa do que parece. Sem emissão de poluentes no escape, tudo bem, mas no processo de fabricação e obtenção dos materiais, o desenvolvimento precisa de muitos tratamentos e participação de materiais finitos. É deixar de poluir aqui para poluir em outro lugar, entendeu a mágica?
Por isso seu próximo veículo deve ser eletrificado e não elétrico, ou seja, já terá uma participação elétrica, que vai trabalhar com o motor de combustão interna, esse que já conhecemos tão bem, na busca pela melhor eficiência energética e principalmente, redução nas emissões.
Algumas marcas anunciam seu direcionamento para o mercado brasileiro. A Stellantis apresentou três bases híbridas e uma elétrica e já lança modelos na América do Sul no próximo ano. A marca vai apostar na hibridização com etanol durante essa fase de transição até os elétricos, o que deve durar de 10 a 15 anos.
“O Bio-Hybrid faz parte da rota tecnológica da mobilidade acessível e sustentável adotada pela Stellantis. Queremos potencializar as virtudes do etanol, como combustível renovável, cujo ciclo de produção absorve a maior parte de suas emissões, combinando a propulsão à base do biocombustível com sistemas elétricos”, afirmou Antonio Filosa, presidente da Stellantis para América do Sul, que destacou também os ganhos de eficiência e economia de combustível trazidos pelos sistemas de propulsão elétrica.
A Volkswagen também vai apresentar soluções híbridas – combinando sua motorização turbo com hibridização leve a etanol.
Sistemas com bateria de 48 Volts no lugar do alternador atuam na fase de partida do veículo – os primeiros dois minutos de funcionamento de um automóvel é a fase mais crítica na emissão de poluentes, por isso a importância dessas alternativas.
Na continuidade o veículo consegue reduzir bastante as emissões e o consumo, vai ultrapassar a marca de 20 km/l, bom também para seu bolso, não é mesmo?
O consumidor deve atentar ao preço dessa transição. Enquanto algumas marcas estão planejando essa fase com a participação brasileira, do nosso etanol e principalmente, da nossa engenharia, outras estão reduzindo nossa integração e trazendo seus veículos elétricos para vender por aqui, diretamente, caros, sem a infraestrutura necessária ainda disponível e correndo o risco de tornar essa oportunidade frustrante ao consumidor.
E para quem ainda duvida dos veículos elétricos, na China, foram necessários 14 anos para a indústria nacional atingir a marca de 10 milhões de veículos de energia limpa (no escape) e menos de 18 meses para dobrar esse número e chegar aos 20 milhões de veículos produzidos.
Tarcisio Dias – Profissional e técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista. Desenvolve o site Mecânica Online® (mecanicaonline.com.br) e sua exclusiva área de cursos sobre mecânica na internet (cursosmecanicaonline.com.br), uma oportunidade para entender como as novas tecnologias são úteis para os automóveis cada vez mais eficientes.